19 de abril de 2016

Mulher.

21 anos e despretensioso o bastante a ponto de evidenciar minha profunda ignorância quanto ao viver, existir e subsistir. 

Venho me esforçando a fim de atinar este universo cheio de possibilidades, haveres, pensamentos, concepções, princípios, noções, conceitos, convicções, perspectivas, sentidos, entendimentos, compreensões, interpretações, ideais, alegações, argumentos, motivos, situações e momentos, razões, reflexões, ponderações, meditações, cogitações, dúvidas, imprecisões, indecisões, hesitações, oscilações, confusões, interrogações e questões, da mais superna forma possível. Aplico o que chamo de "estrutura lógica da hibernação" e, a exemplo do urso-negro que armazena calorias para o inverno rigoroso, busco perceber Deus, o mundo, a humanidade e sobretudo eu mesmo a fim de reunir gnose mínima para que frente a senilidade, inverno metafísico da velhice, possa realizar a hibernação filosófica e sobreviver às complexidades existenciais que, desde sempre, sem aviso prévio, rodeiam a mente humana.

Desde a gênese deste processo, em 17 de abril de 1995, tenho auferido considerável êxito. Todos os dias durmo sabendo um pouco mais. Elucido que ainda estou lidando de forma noviça com este tirocínio e há falta de prática, mas, insistentemente, mantenho a constância dos treinos ao pensar, falar e agir.

Questões quanto a minha criação e existência são explicitamente claras por intermédio da Bíblia e da  vida. Podemos ir além do Éden, Adão e Eva, admirando o cálamo do Salmista quando este versifica a grandeza do criador e da criação no Salmo 139:13-17.

"Tu criaste cada parte do meu corpo, tu me formaste na barriga da minha mãe. Eu te louvo porque deves ser temido. Tudo o que fazes é maravilhoso, e eu sei disso muito bem. Tu viste quando os meus ossos estavam sendo feitos, quando eu estava sendo formado na barriga da minha mãe, crescendo ali em segredo, tu me viste antes de eu ter nascido. Os dias que me deste para viver foram todos escritos no teu livro quando ainda nenhum deles existia. Ó Deus, como é difícil entender os teus pensamentos! E eles são tantos! Se eu os contasse, seriam mais do que os grãos de areia. Quando acordo, ainda estou contigo".

É belo, airoso e não há discussão nem tão pouco ausência de contestação. Deus me criou tal-qualmente todos nós.

Prosseguindo, estou em rica defluência de aprendizado quanto ao nosso planeta e suas inúmeras peculiaridades mas, os dilemas mais complexos da terra já possuem aclaramento científico. Já compreendo que trata-se de um robusto e complexo sistema formado por milhões de organismos vivos que possui um singularizado processo de manutenção da vida e encontra-se a 149.600.000,00 quilômetros do Sol, leva 365 dias para uma trasladação completa, concluindo um círculo a cada 24 horas, tem diâmetro de 12.756 quilômetros, a lua como satélite natural e origem aproximada 14 bilhões de anos atrás. É bastante coisa, todavia rudimentar.

Embora muitas vezes não pactuo com as nossas escolhas e pensamentos, ainda sim tenho consciência do que somos enquanto raça humana. Mamíferos distinguidos por racionalidade, grande capacidade mental e habilidade para adquirir conhecimento, em tese. Somos um espírito, possuímos uma alma e habitamos num corpo. Talvez seja mais complexo do que o planeta terra, ainda sim já conquistei abrangente informação sobre mim. Sobre nós.

É extremamente curioso! Eu entendo como funciona ou como deveria funcionar o cosmo, a exatidão matemática, a fac-símile reprodução, a vida animália, o encandeamento social das relações individuais, o corpo humano, o perecimento, a vida após a morte, o altruísmo, a bondade, o coração, a maldade, impiedade, perversidade, as escolhas, alternativas, os direitos e os deveres, a constituição Brasileira, entendo até o que está acontecendo na política nacional! Mas, e a mulher?

Não sei ao certo se mesmo por falta de experiência, embora vivencio homens sábios lidarem com o mesmo dilema, não sei se por profundo encantamento e admiração, não sei, realmente não sei. Mas, ontem minha mãe me provocou uma irrupção de pensamentos e o início desta reflexão ao, com sutileza, tenuidade, leveza e vaporoso sentimento maternal, me convencer a largar tudo - inclusive o celular e o trabalho - por 10 minutos e simplesmente deitar no colo dela. Como definir uma mulher?

A gravura mais enigmática da existência e criação. Vasta em sentimento, em pensamento, em amor, em afeição, intuição, convicção, emoção, inspiração, expertise em paixão, doutora em solução, bússola do coração!

Compararíamos-as as flores, que apesar de sensíveis, encantadoras e belas findam num curto período de vida? Compararíamos-as a neve, tão límpida, resplandescente, esplêndida, suave, eterna e contagiante, mas suscetível a derrota frente ao mais tênue raio de sol? Compararíamos-as aos anjos, ambos portadores de mistério, delicadeza, suavidade e esperança, embora não se apresentem para que possamos aprecia-los?

Madura, determinada, convicta embora insegura. Criança adulta, frágil e corajosa, humilde vitoriosa.

Como explicar a arte de insistir e entesar sem ao menos pedir? Como explicar o grito inerente à um olhar? Como explicar o mais belo e encantador sorriso sem que tenham sido descolados os lábios? Como explicar a ascendência da sabedoria sem que haja pronunciação de uma frase se quer?

Como interpretar, entender, decifrar, depreender, concluir? Como entender a mulher?

Me ajudem. O inverno está chegando.

Dedico o texto a minha mãe Marlene, Dona Maria e dona Cotinha, minhas avós e a Maisa, minha irmã. Mulheres da minha vida.

Murillo H. Vinagre. 

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